Isabella Muniz

30/04/2010

DIFÍCEIS DECISÕES… DE NOVO…

Filed under: Blablablá Bell Muniz — Isabella Muniz @ 22:41

Mas será que é tão difícil assim escolher entre mim e o outro?
Ainda mais quando esse outro já foi useiro e vezeiro em me mostrar que eu não sou fundamental?

O glorioso personagem Sheldon, do seriado The Big Band Theory, disse em um de seus momentos de iluminação:

“Não, nos temos que alimentar, expelir detritos e prevenir que nossas células morram. Todo o resto é puramente opcional”

Eu admito: voltei atrás em minhas decisões de nunca mais ter contato com esse pedaço do meu passado, que me fazia feliz, mas me fazia sofrer. E quando a ordem das coisas é essa, pra felicidade acabar em sofrimento é questão de tempo.

E quando você fica blindado contra as ironias, contra as piadas sarcásticas e contra toda uma sorte de comentários maldosos de um conluio, um covil, sim, quando você não se incomoda mais, porque é o que você já esperava daquela pessoa, deve ser mesmo sinal de que o amor passou.

Disse Fernando Pessoa, em carta à sua amada Ophelinha:

“Quanto a mim, o amor passou. (…)
Peço que não faça como a gente vulgar, que é sempre reles; que não me volte a cara quando passe por si, nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor. Fiquemos, um perante o outro, como dois conhecidos desde a infancia, que se amaram um pouco quando meninos, e, embora na vida adulta sigam outras affeições e outros caminhos, conservam sempre, num escaninho da alma, a memoria profunda do seu amor antigo e inutil.”

Acredito que seja isso que está se passando comigo. Conservar a memória de um amor profundo que passou é válido, mas não quando é compartilhado com a gente reles, que não entende e não evolui com o tempo. E o tempo… esse passou… Tanto que nem sei contar o quanto… Mas, não no relógio ou no calendário. O cronológico não acompanhou o tanto que cresci por dentro desde que pus aquela pedra em cima de tudo o que houve e me apeguei a mim. Então, nem a lembrança daquele amor é necessária.

Nessa luz minimalista que encandesce sobre mim eu digo com tranquilidade que fica em minha vida quem é absolutamente necessário. Meus poucos e bons amigos – os que nunca me trairam, nunca me agrediram fisica ou moralmente – que sempre estiveram ali pra mim, mesmo quando nem eu estava ali pra mim. Tudo passou. Eles ficaram. Ficou meu pai.

É risível ver as pessoas esperneando, batendo o pezinho, fazendo beicinho por conta de alguém que não faz parte de suas vidas. E fica a pergunta: por que não vai ser feliz e me esquece? Por que não se apega nessa tão proclamada, tão gritada felicidade e me deixa quieta na “minha vidinha medíocre”? Por que fica repetindo e se apegando a problemas de ANOS atrás e que em nada têm a ver com a atual realidade?

O grande problema é que eu me deixei enganar várias vezes. Digo isso sem culpar a ninguém que não a mim mesma. Ninguém me obrigou, me forçou. Fui porque quis. E agora estou voltando porque quero. Não vale o desgaste. Não vale a pena.

É uma pena mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de poema
De tão pequena
Mas vai e vem e me envenena
E me condena ao rancor…

23/04/2010

POST DE ANIVERSÁRIO (PÓS ANIVERSÁRIO)

Filed under: Blablablá Bell Muniz — Isabella Muniz @ 12:34

Pra quem me conhece mais intimamente, não é novidade essa sensação que tenho quando chega meu aniversário todos os sacrossantos 19/04.

O meu sentimento é como se estivesse passando, mais uma vez, pelo Ano Novo. É, definitivamente, o meu ano novo particular, onde peso e repenso (e comemoro e agradeço) as coisas que passam na minha vida. Todo mundo que entrou e foi mais um tijolo no meu fomento interior. Todas as situações inusitadas que me ajudaram a crescer. Todos os degraus. Tudo é degrau, cá entre nós. E onde planejo, com força onde quero estar daqui a algum tempo.

A diferença desse ano é que estou com dificuldades com essa coisa de revelar a idade. Nunca, mas nunca mesmo, imaginei que esse dia fosse chegar, mas a nítida sensação do peso de estar tão perto dos trinta me pegou pelo pé que nem armadilha de floresta e me jogou no chão. Impressionante essa certeza definitiva de que não sou mais menina, nem sou ainda uma senhora, mas, mulher. O PESO que isso tem é algo que eu não esperava tão cedo, nem tão nunca. Ainda mais como chegou, assim, de mansinho, e foi tomando conta. Agora já era…

Mas é bom. Não sei se chega a ser exatamente uma reclamação da vida. Acho que não.

O importante mesmo é pôr em prática a teoria que diz que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque é fato. E antes de a qualquer um, me amo.

Parabéns, Ariana.